No último domingo, dia vinte e quatro de janeiro de dois mil e dez, se despediu do futebol um goleiro lendário. René Higuita, colombiano de 43 anos, não entrou para a história por ser um goleiro fantástico e insuperável, mas por proporcionar a todos que o viam um espetáculo. Foi ele que criou o que para muitos é tida como a maior jogada de futebol de todos os tempos. Em um amistoso entre a seleção de seu país e a Inglaterra, o arqueiro colombiano resolveu inovar para cortar um cruzamento mal feito de Jamie Redknapp, meio campo.
Pulou para a frente, deixando a bola passar por sobre sua cabeça e a rebateu com os calcanhares em pleno ar. Tal jogada ficou conhecida como O Escorpião, que conferiu o apelido de Escorpião Rei ao goleiro. O lendário estádio de Wembley, palco de um jogo morno que acabara em 0 a 0, foi ao delírio com a jogada mais plástica (e corajosa) que um goleiro já fez na história do futebol.
Higuita faz parte também da seleta galeria de goleiros artilheiros do futebol mundial com 41 gols marcados em sua carreira, sendo 3 pela seleção colombiana.
Mas nem tudo são flores na história do folclórico goleiro. Na única Copa do Mundo que disputou, em 1990, René resolveu abandonar a sua meta e sair jogando com a bola dominada. Roger Milla (lendário jogador camaronês, que terá sua história contada em outra ocasião) não tinha nada com isso e roubou a bola do goleirão. Gol de Camarões e eliminação da Colômbia do mundial daquele ano. Quem também fez gol semelhante foi Renato Gaúcho quando jogava no Flamengo, contra o Nacional de Medelín, time de René.
Higuita executou pela última vez O Escorpião no amistoso do último domingo, realizado no Estádio Atanasio Giradot, casa do Nacional de Medelín. Chorando muito e ovacionado pela torcida, ele sai das quatro linhas e figura na galeria de jogadores imortais do futebol, onde só estão aqueles capazes de ousar, romper barreiras, e nos mostrarem o quão fantástico o futebol pode ser. Minha sincera homenagem ao "Rei do Imprevisível", "O Escorpião Rei", ou simplesmente aquele que não tinha medo de errar. Valeu, Higuita.
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HIGUITA ETERNO
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