12 de jan. de 2010

Brasileirão Fashion Soccer 2010

Calma, calma. Vocês não verão por aqui a Gisele Bündchen ou a Naomi Campbell de uniformes e jogando bola (infelizmente). O artigo de hoje fala um pouco sobre como o campeão brasileiro dita as tendências da próxima temporada, assim como os desfiles no mundo da moda. Mundos muito diferentes? Acho que não.

De uma forma ou de outra, o time campeão acaba influenciando todos os outros na montagem de elenco do ano seguinte. O problema é que alguns times seguem a "receita campeã" sem ter elenco adequado, estrutura ou finanças que suportem. Ou os três ao mesmo tempo. Cito a vocês alguns exemplos recentes, outros nem tanto.



Santos 2004 - O campeão brasileiro daquele ano tinha o estilo de jogo baseado na mescla entre peças tarimbadas e jovens promissores. O futebol do time girava em torno de Robinho e Elano, e com a experiência de Deivid, Basílio e Ricardinho, o time aliava experiência e cérebro com talento nato e velocidade. Com toques e dribles rápidos, eles impunham um jogo bonito, de bola no pé e de dribles mais vistos no salão do que nos gramados.


A cópia que não deu certo: Flamengo 2005 - O time da Gávea tentou algo muito parecido com o que o Santos fez: aliar a velocidade de jovens com a experiência de alguns jogadores mais consagrados. Em vez de Robinho e Elano o Flamengo tinha Fellype Gabriel, Diego Souza e André Santos (hoje, um trio que qualquer time gostaria de ter). Junto com eles, apareciam Ramirez (estrela da seleção do Paraguai), Souza (não, nem o do Grêmio, nem o do Corinthians) e um ainda desconhecido Renato Abreu. Falta de estrutura para treinos, salários atrasados e brigas internas fizeram esse time ter a pior campanha da história do clube, escapando do rebaixamento nas rodadas finais daquele ano.









São Paulo 2006/2007/2008 - Time sem uma estrela da companhia, mas que impunha um futebol de puro controle. Primeiro objetivo: não perder. Trio de zaga fortíssimo onde se destaca Miranda. Um meio campo recheado de volantes habilidosos (destacam-se Hernanes e Richarlysson) garantia a posse de bola, e um ataque muito bem treinado em bolas paradas e bolas aéreas garantiram três títulos seguidos ao time do Morumbi e a hegemonia do Brasileirão.


A xerox que não vingou: Palmeiras 2009 - Muricy Ramalho pegou a base feita por Vanderlei Luxemburgo, com jogadores talentosos e um time criativo com Diego Souza e Cleiton Xavier no meio, e um perigoso Vagner Love na frente e... transformou na velha máquina de cruzar bolas na área que era o São Paulo nos anos que treinou o time. Se no campeonato de 2008 o São Paulo já ganhou sofridamente nas últimas rodadas, sem a tranquilidade dos anos anteriores, era de se esperar que o estilo Muricy de "futebol" fosse manjado demais para dar certo uma quarta vez seguida. E assim foi. O time que tinha mais de dez pontos à frente do segundo colocado não conseguiu nem sequer uma vaga na Libertadores, prêmio de consolação a quem não consegue o título, tendo perdido a vaga contra um Botafogo lutando para não cair, mas de futebol com vontade de ganhar e sem a previsibilidade alvi-verde.








O efeito Petkovic e o Flamengo 2009 - O Flamengo 2009 nada mais é que uma cópia de si mesmo. Isso mesmo. A tática utilizada pelo Flamengo 2009 é parecidíssima com a do Flamengo de 1992. Júnior, o vovô garoto como maestro armando as jogadas. Os novatos Zinho, Leonardo e Jorginho dando o fôlego à equipe e, na frente, Gaúcho, atacante de força e Júlio César, o primeiro Imperador rubro-negro, completando o ataque. Como técnico, um ídolo do clube: Carlinhos, mais conhecido como violino devido à sua classe com a bola nos pés, montou um time simples e eficiente, sem precisar de firulas táticas para faturar o penta brasileiro.



Brasileirão Fashion Soccer 2010


A temporada dos maestros vai começar. Em diversos times da série A veremos equipes girando em torno de um jogador renomado e experiente.
Além do Flamengo de Petkovic, teremos o São Paulo de Marcelinho Paraíba; o Corinthians de Danilo, Iarley e Roberto Carlos; o Santos de Giovani; o Atlético Mineiro de Ricardinho; o Cruzeiro de Gilberto; o Atlético Paranaense de Paulo Baier; o Avaí de Sávio...
É um verdadeiro "Vale a Pena Ver De novo" futebolístico.
Luzes! Na passarela dos gramados, eles estão chegando.

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