14 de abr. de 2010

"Dias melhores virão..."


Podemos dizer que Vagner Mancini comandou duas equipes distintas durante sua passagem pelo Vasco. A final da Taça Guanabara foi um divisor de águas em São Januário. O time que goleou o Botafogo por 6x0 e jogou o melhor futebol do primeiro turno contrasta com o que sofreu duas derrotas para times de menor expressão (Olaria e Americano) na Taça Rio.

Em ambas as equipes, foi possível notar alguns aspectos positivos: o meio-de-campo habilidoso, de qualidade, que se encaixou com perfeição no esquema com três volantes, sendo apenas um fixo (Nilton) e os outros dois saindo para armar jogadas (em cujas vagas revezavam principalmente Souza, Léo Gago e Rafael Carioca); o setor de armação garantido com Carlos Alberto, que, mesmo sem disputar todas as partidas, foi substituído muitas vezes à altura por Magno e Phillipe Coutinho; e o talento indiscutível deste último, já vendido à Inter de Milão e que, sem dúvidas, irá fazer muita falta na Colina.

Por outro lado, uma zaga lenta e insegura, que conseguiu mascarar suas limitações durante todo o primeiro turno, do qual foi a menos vazada; irregularidade nas laterais, com um progressivo aumento de rendimento de Elder Granja, mas não suficiente para tirar a vaga de Fagner e a inconstância de Márcio Careca, que provavelmente será banco para Ramon; e um ataque pouco eficaz, com um Dodô que não é nem sombra do que se viu nos 6x0 do Engenhão, um Elton não tão inspirado quanto em 2009, e uma série de coadjuvantes que pocuo acrescentam, como Rodrigo Pimpão, Robinho e Geovane Maranhão. São esses os "contras" do Vasco no Campeonato Carioca.

Durante a Taça Guanabara, o time era bom. Após a derrota na final para o mesmo Botafogo a quem havia vencido com um placar tão elástico, era ruim. Com a subida de Gaúcho ao comando técnico e a volta de boas atuações, voltou a ser bom, mas foi eliminado de maneira no mínimo duvidosa pelo Flamengo na semifinal da Taça Rio. Isso prova como tudo no futebol é resultado. O time que ganha é bom, bom até perder o jogo seguinte, quando as críticas chovem e a crise se instala. Que se pode fazer?Vem da cultura do torcedor. Talvez poucos tenham notado a questão psicológica que afetou o elenco do Vasco, e quando digo "elenco", me refiro a todos, sem exceção. Me refiro ao técnico (na ocasião, Vagner Mancini) e "do goleiro ao ponta-esquerda". Contudo, é mais cômodo dizer que "o time é ruim".

Encaixado, com as melhores peças em campo e nesse esquema, com o meio-campo em losango, essa equipe já provou que pode ir longe. Não darei aqui "receitas do sucesso", mas o Vasco pode sim almejar vôos mais altos, tanto na Copa do Brasil como no Campeonato Brasileiro. Que ventos mais brandos soprem na Colina na sequência do ano.

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